Você já se pegou em uma roda de amigos, envolvido por uma história tão cativante que o tempo pareceu parar? Como se, por um instante, você fosse transportado para outro mundo, onde cada palavra pintasse imagens vívidas em sua mente e despertasse emoções profundas. Pois é! Já imaginou o poder dessa técnica aplicada ao marketing?
As marcas já descobriram o poder das histórias e como elas conseguem capturar a atenção do público. Não basta mais apenas divulgar características ou funções de um produto esperando que alguém compre. Existe um universo de histórias para contar e cativar!
E essa técnica de buscar formas mais eficazes de se conectar emocionalmente com o público-alvo tem um nome e um mestre: Robert McKee, o especialista em storytelling. Renomado professor, autor e consultor, McKee é reconhecido por sua abordagem apaixonada e analítica ao estudo das histórias. Ele sempre enfatizou que criar boas histórias vai muito além da inspiração ou da boa ideia; é preciso conhecimento, técnica e prática.
O storytelling se tornou uma ferramenta poderosa para a área de Marketing e Vendas. Mais do que contar histórias, tornou-se uma oportunidade de criar uma identidade única, estabelecer uma conexão emocional com as pessoas e se diferenciar dos concorrentes.
Um exemplo emocionante e muito inteligente é o do Boticário nas últimas duas campanhas de Dia das Mães: #SejaRedeDeApoio (2023), que abordava o cansaço da mulher que, no papel de mãe, ainda exerce outros papéis. Essa campanha deu continuidade a um movimento de apoio e empatia iniciado em 2022 com #MaternidadeSemJulgamentos.
O mote do ano anterior trouxe o apelo: “Dia das Mães: quem ama também precisa de amor”. O vídeo, exibido na TV e nas redes sociais, tocou o coração de inúmeras mães. Idealizado pela AlmapBBDO, o filme retrata a experiência de uma mulher que se vê sozinha com seu filho bebê em uma ilha deserta. Ela compartilha os momentos felizes, mas também as pressões, expectativas e medos que acompanham a maternidade. Em um misto de pedido de ajuda e expressão de seus sentimentos, ela escreve a palavra SOS na areia. A narrativa se intensifica à medida que as reflexões sobre a maternidade se aprofundam. No clímax, vemos a mãe sendo apoiada por sua rede de amigos, familiares e conhecidos, que se unem para tornar sua rotina menos desafiadora, reforçando a ideia de que a maternidade deve ser um processo coletivo.
Sendo mãe ou não, a emoção é garantida até mesmo para quem assiste como filho.
Já em 2022, com o foco em “Vamos parar os julgamentos e espalhar mais amor e acolhimento a todas as mães do Brasil”, o vídeo contou a história de uma mãe enfrentando um tribunal de júri, onde seria julgada por diversas ações em relação à sua filha. As “acusações” são feitas por uma promotora que é a própria mãe. No desfecho, quando muitos já estão emocionados, a filha, atuando como juíza, absolve a mãe.
Qual mãe não se identificaria com essa história?
Se você ainda não utiliza storytelling nas estratégias de produção do seu conteúdo, é hora de começar! Um bom ponto de partida é refletir sobre as dores do seu cliente e como suas soluções podem ser contadas por meio de histórias. Na era digital, as relações são construídas através do conteúdo, e as vendas são frequentemente o resultado de uma estratégia bem elaborada. Afinal, como costumo dizer, “Tudo é Conteúdo, o Tempo Todo”.
Por Renata Galvão